9 de set. de 2010

Formulando uma crítica ao Sistema de Cotas




Para um bom começo, citarei resumidamente a história dos sistemas de cotas ou planos de metas para “integração social, étnica ou racial”. Segundo o pesquisador Kabengele Munanga, os indianos foram os primeiros a adotar esse sistema, não obstante, nos EUA o sistema de cotas existe desde os anos 60, e nesses 40 anos que se passaram alguns afirmam que as “oportunidades melhoraram”. O sistema de cotas que está sendo alvo de debates como este, consiste basicamente em “separar” uma parcela de vagas para os negros e/ou índios para a universidade. Aos candidatos que têm direito, são reservados 20% das vagas concorridas no vestibular, enquanto os outros 80% das vagas são concorridos pelo chamado “sistema universal”, no qual os que têm deduzivelmente a “capacidade normal” disputam.
O motivo a que esse sistema recorre, é que haja após a determinação desse sistema, uma “inclusão social” para os negros - que não receberam boas oportunidades em suas formações escolares – na sociedade universitária, já que pelas estatísticas eles são apenas 2% dos universitários. E assim, determinando o combate ao “racismo” nesta área. Mas então o que entendemos por “racismo”?


Racismo sm. 1. Doutrina que sustenta a superioridade de certas raças. 2. Preconceito ou discriminação em relação a indivíduo(s) considerado(s) de outra(s) raça(s). (Dicionário Aurélio)


Então pelo visto, ao contrário de combater as desigualdades existentes, estão assim ressaltando a superioridade de uns, enquanto, rebaixando a capacidade de outros. Voltamos dessa maneira aos séculos anteriores, onde no pensamento humano imperavam as divisões de raças e imposições de capacidades intelectuais pela cor de pele. Hoje em dia, biologicamente se comprova que isso não passou de uma afirmação sem evidências e embasamento científico. Sabe-se hoje que o genoma de um africano, dependendo do caso, tem mais similaridade com o de um americano, do que com o de um familiar ou de um parente próximo a ele. E ainda que, as pigmentações da pele são nada menos que uma “adaptação” que com o tempo o corpo humano produziu – de acordo com a região habitada - para absorver de acordo com o necessário os benefícios do Sol, e também se proteger do mesmo.
Ao invés de um claro “racismo”, as entidades governamentais deveriam voltar-se para o problema desde o começo da formação e da educação, vendo assim que não há uma “deficiência intelectual” nas pessoas mas sim, uma deficiência educacional ou na assistência desde a infância. É ai que, ao invés de haver uma ação correta e determinadora, opta-se por uma mais rápida e insuficiente, vista pela população como uma medida beneficiadora. Se houvesse igualdade na qualidade de ensino e assistência, a concorrência seria igual para todos, e não existiria a necessidade de uma cota de vagas para pessoas com “menos oportunidades”.
Em pleno século XXI, não estariam praticando o mesmo pensamento dos regimes ditatoriais que massacraram milhões na primeira metade do século XX? Ao invés de tomarem as devidas providências, fazem “rodeios”, e mascaram atos para serem vistos como lutadores de uma causa na verdade inexistente? Deixo a critério dos leitores como encarar essas perguntas e o próprio sistema de cotas.
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Texto escrito em 2006, algumas modificações.

2 comentários:

  1. VERDADE!
    Existe aqui no Brasil uma cultura de "cortar galhos",ou seja, resolver os efeitos do problema e deixar a causa pra depois-ou pra nunca. O sistema de cotas deve ser implantado como medida momentanea,e -em hipotese alguma- devemos considerar a cor da pele como fator determinante!!

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  2. Cota para escola pública seria muito mais importante do que essa cota racista.

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